Essa foi a primeira vez que o chamado doping eletrônico foi confirmado; bike de ciclista belga da categoria Sub 23 levava motor escondido detectado por novo exame da UCI

Mundial de Ciclocross em Zolder: primeiro caso confirmado de doping eletrônico Foto:UCI
Do Bikemagazine
Foto de divulgação
A UCI confirmou neste sábado (30 de janeiro) que encontrou doping eletrônico em uma das bikes da disputa do Mundial de Ciclocross, em Zolder, na Bélgica. A União Ciclística Internacional não apontou o nome da atleta, mas a Federação de Ciclismo da Bélgica confirmou que um motor escondido foi descoberto na bike da belga Femke Van den Driessche, da categoria Sub 23. Ironicamente, a ciclista não terminou a prova por causa de um problema na bike.

Femke Van den Driessche na disputa
Assim que foi constatado que a bike levava um motor escondido, os inspetores da UCI emitiram uma curta nota oficial. Na declaração, a União Ciclística Internacional confirma que, “de acordo com os regulamentos sobre fraude tecnológica, uma bicicleta foi detida. Isso não diz respeito a qualquer dos atletas no pódio. Mais detalhes serão compartilhados no devido tempo.” Leia a íntegra no site da UCI
DOPING ELETRÔNICO
A existência do doping eletrônico é um assunto que vai e vem no pelotão. Desde 2014, na Volta a Espanha, inspetores da UCI têm realizado sistematicamente exames minuciosos nas bikes atrás dos motores escondidos, mas até agora nada havia sido encontrado. Em Zolder, a UCI teria iniciado um novo método para examinar as bicicletas e, assim, a modalidade ciclocross torna-se a primeira a ser flagrada com a irregularidade.
Com a confirmação, é óbvio que os resultados da ciclista belga passarão a ser questionados. A atleta é a atual campeã europeia de ciclocross em sua categoria, por exemplo. Seu pai declarou para a imprensa belga que a filha é inocente e nega qualquer irregularidade.
Segundo o regulamento, e como não há um caso anterior para servir de exemplo, Femke Van den Driessche deverá ser suspensa por pelo menos seis meses e pagará multa, que poderá variar de 20 mil a 200 mil francos suíços (algo entre 18 mil e 180 mil euros).
CASO CANCELLARA
Em 2010 o suíço Fabian Cancellara – medalhista de ouro na crono e de prata na estrada nos Jogos Olímpicos de Pequim e tetracampeão do mundo de contrarrelógio individual – envolveu-se em uma polêmica sobre o uso do doping tecnológico. A denúncia de que estava usando uma bicicleta com motor embutido foi publicada pelo jornal italiano Gazzetta Dello Sport. Nas imagens da RAI feitas durante a Paris-Roubaix e o Tour de Flandres daquele ano é possível ver o atleta acionar um botão na bike e aumentar repentinamente a velocidade. Veja aqui
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