Bikemagazine experimentou o novo grupo de 12v da Shimano; confira preços e especificações do XT e também do novo SLX M7100
Texto e fotos: Gabriel Vargas
Especial para o Bikemagazine
Quando a Shimano mostrou o novo XT M8100 ao mundo, nesta quinta-feira (30 de maio), algo ficou muito claro: a diferença do novo grupo para o XTR é muito pequena e se resume, basicamente, ao peso. São 365 gramas entre o XT e o XTR M9100 na mesma configuração (câmbio, pedivela com central e coroa, passador, cassete, corrente e cubos). Tudo isso por um terço do preço (ver tabela no final do texto).
O novo SLX M7100 tem essa diferença ainda mais estreita. São apenas 148 gramas de distância para o XT com preço dois terços menor. Logo, o SLX está a 513 gramas do XTR. Não experimentamos o SLX, mas segundo comentários da equipe Shimano o funcionamento é muito próximo ou idêntico ao novo XT.
A convite da Shimano Brasil e da distribuidora Blue Cycle, o Bikemagazine experimentou o novo grupo XT M8100 em trilhas de Mairiporã (SP), onde pudemos perceber algumas nuances do conjunto e esclarecer dúvidas em relação a compatibilidade e funcionamento dos componentes.
Em ação
Quando testamos um conjunto de transmissão (especialmente quando a bike não é nossa!), fazemos de tudo para complicar a vida dos câmbios, corrente e cassete. Com o XT não foi diferente: mudanças de marcha bruscas durante arrancadas firmes pedalando em pé, durante frenagens e mudanças para marchas maiores e menores da maneira mais inconsequente o possível. Em momento algum o câmbio traseiro reclamou ou embananou as trocas.
Com a tecnologia Hyperglide+, as mudanças para marchas mais pesadas realmente ficam mais fluidas e precisas, sem trancos percebidos no pedal mesmo sob força. Basicamente, com o XT não precisamos mais ter a preocupação em evitar trocas de marcha em determinadas situações, seja em uma subida forte, uma pedalada em pé ou com muita trepidação. O conjunto é confiável, preciso, e ao mesmo tempo suave e firme. A Shimano entregou qualidade indiscutível em seu novo grupo.
Uma surpresa foi o feeling das alavancas do trocador, mais positivo e tátil do que o concorrente SRAM Eagle e bastante diferente dos grupos mais antigos da Shimano. Sempre fui um fã dos shifters Shimano, especialmente pela ergonomia, e o novo modelo agradou bastante. Claro, isso é algo pessoal e varia de biker para biker. Tanto nas mudanças para maiores quanto para menores, o acionamento é firme, seco, com uma sensação positiva e responsiva. Muito interessante para momentos de muita ação em trilhas e provas. Destaque também para a possibilidade de mudar para duas marchas mais pesadas ou quatro mais leves com um único movimento.
Infelizmente, não havia nenhuma bike montada com duas coroas para experimentar as mudanças dianteiras. Para esse caso, a Shimano traz o trocador Mono Lever com alavanca única. O funcionamento provavelmente ocorre como um botão liga-desliga, empurrando a alavanca para subir para a coroa maior e clicando no mesmo lugar para liberar a mudança para a coroa menor.
1x para 2x, 11 para 12
Durante o evento de testes os técnicos da Shimano explicaram que a conversão de 1x para 2x (e vice-versa) é mais simples do que parece: qualquer pedivela do grupo pode ser revertida, bastando trocar a coroa direct-mount ou o spider direct-mount (para 2x); o mesmo câmbio traseiro pode ser utilizado (desde que seja o RD-M8120-SGS), mesma corrente, e claro, com a inclusão do trocador Mono Lever e do câmbio dianteiro. Lembrando que a configuração 2x só pode ser utilizada com o cassete 10-45, e não com o 10-51.
Sobre o upgrade dos grupos anteriores de 11v para 12v, porém, é necessário um pouco mais de trabalho. Os únicos componentes que o ciclista que possui um conjunto M8000 ou M7000 poderá manter é o conjunto de freios (dependendo da configuração de manete e trocadores utilizados). Todo o restante, incluindo pedivelas e cubos, precisará ser atualizado para o novo conjunto.
Precisamos de 12 velocidades?
Assim como sempre ocorre na história das novas tecnologias introduzidas no MTB e no ciclismo em geral, nós nunca precisamos de algo novo até que a gente experimente. Foi assim com as suspensões, freios a disco, câmbios eletrônicos, etc. Com um cassete gigante como o 10-51, os 12 degraus são necessários para evitar grandes saltos. E com a facilidade de substituir as coroas, é possível alternar entre diferentes opções para diferentes terrenos, percursos e usos. A linha XT dispõe coroas com 28, 30, 32, 34 e 36 dentes. Se isso não for o bastante, a linha XTR oferece ainda a enorme opção de 38 dentes, compatível com os novos XT e SLX.